Brasileiro morto na guerra da Ucrânia lutava há 4 meses no país e tinha o sonho de ser militar
28/11/2025
(Foto: Reprodução) Lucas Lima, de 30 anos, morreu na Guerra da Ucrânia
Redes Sociais/Reprodução
O brasileiro Lucas Lima, de 30 anos, que morreu em combate na guerra na Ucrânia, havia se alistado como voluntário nas forças de defesa ucranianas em julho deste ano e estava no front - campo de guerra - havia cerca de quatro meses. A trajetória do jovem, criado pelos tios, é marcada pelo forte desejo de seguir a carreira militar.
"Há uns 4 anos levei ele a um clube de tiro para conhecer. Ele se interessou e acabou fazendo um curso de vigilante e de escolta armada. Ele foi por conta própria. Era um ideal que carregava. Queria ir para ajudar a causa da Ucrânia”, contou o primo do jovem, Victor Bretas.
Antes de viajar para o exterior, Lucas trabalhou por quatro anos em uma metalúrgica e levava uma vida reservada em São Geraldo, na Zona da Mata mineira, cidade onde nasceu.
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A ida para a Ucrânia foi, portanto, uma busca por realizar o sonho de se tornar militar, mesmo em meio a um conflito de grandes proporções.
Como atuava em missões, o soldado só ligava para a família quando estava em um acampamento. Por questões de segurança, não falava a cidade que estava.
“Lucas era puro de coração. Todo mundo que o conhecia gostava dele, por isso, a cidade de São Geraldo está de luto. Aonde ele ia, ele fazia as pessoas rirem”, completou Victor.
Brasileiros mortos na Ucrânia chega a 15
Lucas Lima era de São Geraldo, na Zona da Mata mineira
Redes Sociais/Reprodução
A morte de Lucas se soma a outros casos de brasileiros que se voluntariaram para lutar na guerra e acabaram perdendo a vida.
Conforme o Itamaraty, até o dia 27 de novembro foram registrados 15 brasileiros mortos e 26 desaparecidos no conflito.
De acordo com o primo, Lucas morreu há três semanas, mas os parentes só tiveram a confirmação nos últimos dias.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores, por intermédio da Embaixada do Brasil em Kiev, informou que permanece à disposição para prestar assistência consular. Esclareceu, ainda, que o atendimento é realizado a partir do contato do próprio cidadão interessado ou, conforme o caso, dos familiares.
O Ministério acrescentou que outras informações não podem ser divulgadas em razão da Lei de Acesso à Informação e lembrou que a pasta publicou recentemente um alerta sobre a participação de combatentes brasileiros em conflitos armados em terceiros países.
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Guerra na Ucrânia
A guerra começou em 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia e fez ataques pela terra, pelo ar e pelo mar.
No último sábado (22), a Ucrânia anunciou um período de consulta com aliados para pôr fim ao confronto. O anúncio chegou um dia depois de os Estados Unidos, que elaboraram um plano de paz para o conflito, pressionarem o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a aceitar a proposta.
O documento vem sendo elaborado pelos governos dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, prevê que Kiev ceda as regiões de Donetsk e Luhansk, conforme um esboço do documento ao qual a agência de notícias AFP teve acesso.
Essas duas regiões, que ficam no leste da Ucrânia, seriam "reconhecidas de fato como russas, inclusive pelos Estados Unidos", segundo a proposta, que ainda será apresentada ao governo ucraniano. A mesma categoria seria aplicada à Crimeia, a península ucraniana ilegalmente anexada pela Rússia em 2014.
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