Caso Henay Amorim: polícia investiga se mulher foi morta em apartamento ou durante trajeto de carro em MG

  • 18/12/2025
(Foto: Reprodução)
Vídeo leva Polícia Civil a investigar se acidente que matou mulher na MG-050 foi simulado A Polícia Civil investiga se a morte de Henay Rosa Gonçalves Amorim, de 31 anos, ocorreu dentro do apartamento onde ela morava com o companheiro, o empresário Alison de Araújo Mesquita, de 43 anos, em Belo Horizonte, ou durante o trajeto de carro até Itaúna, no Centro-Oeste de Minas. O caso, inicialmente registrado como um acidente de trânsito, passou a ser investigado como feminicídio após a Polícia Civil analisar imagens de câmeras de segurança de um pedágio na MG-050, em Itaúna. Os registros levantaram suspeitas sobre a dinâmica do acidente, ocorrido no último domingo (14). Alison é investigado por suspeita de matar Henay e simular o acidente para tentar encobrir o crime. Com o avanço das apurações, ele foi detido durante o velório da vítima, na segunda-feira (15). Ele confessou o crime e está preso no Presídio Floramar, em Divinópolis. A defesa afirma que o investigado irá colaborar integralmente com as investigações. Leia a nota completa no fim da reportagem. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Centro-Oeste no WhatsApp Segundo o delegado João Marcos do Amaral Ferreira, responsável pelas investigações, o empresário apresentou a versão de que teria ocorrido uma discussão entre o casal no apartamento, um dia antes de eles pegarem a estrada com destino ao Centro-Oeste. Durante o depoimento, Alison afirmou que agrediu Henay com um soco no nariz, alegando que teria agido para se proteger. “Ele afirmou que, no apartamento em Belo Horizonte, houve uma discussão após uma festa em que os dois estiveram e que, para se proteger, desferiu um golpe no nariz dela. Nesse momento, segundo ele, houve sangramento pelas narinas, com respingos no chão da sala”, explicou o delegado. Após o relato, equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) fizeram perícia no apartamento. No local, os investigadores encontraram marcas de sangue humano na sala, próximas à porta de entrada e ao sofá. “A perícia inicial confirmou que os vestígios encontrados eram de sangue humano. Agora, aguardamos exames complementares para confirmar se esse sangue é, de fato, da vítima”, destacou João Marcos. Outro ponto central da investigação é determinar em que condições Henay deixou o apartamento. A Polícia Civil já teve acesso a imagens das câmeras de segurança do prédio, mas a análise ainda não foi concluída. “Ainda não foi possível confirmar, por meio das imagens, se ela saiu do apartamento consciente, viva ou já sem vida. A análise segue em andamento, assim como outras diligências de campo e laudos periciais”, afirmou o delegado. A investigação também apura se a morte ocorreu durante o trajeto feito pelo suspeito após deixar o apartamento com a vítima. Segundo a Polícia Civil, todos os elementos reunidos até o momento — incluindo vestígios, depoimentos e o monitoramento do suspeito — foram fundamentais para a ratificação da prisão em flagrante. “Diante do conjunto de provas e da atuação ininterrupta da Polícia Civil, foi possível ratificar a prisão em flagrante do autor pelo crime de feminicídio”, concluiu João Marcos. LEIA MAIS SOBRE O CASO: Carro invade contramão e motorista morre após batida com micro-ônibus em curva da MG-050 Homem é detido no velório da companheira após reviravolta em investigação de acidente em rodovia de MG Entenda como vídeo de motorista imóvel ao volante levou polícia a investigar morte em acidente como feminicídio Empresário confessa à polícia que matou a namorada e simulou acidente em MG Quem era a mulher morta pelo namorado que simulou acidente para esconder o crime em MG Brigas, agressões e asfixia: o que aconteceu dentro do carro antes de acidente que fez polícia investigar feminicídio em MG Funcionária de pedágio foi peça-chave em investigação de feminicídio após acidente forjado em MG, diz Polícia Civil Agressões eram graves e frequentes, diz polícia sobre feminicídio em MG; homem matou namorada e forjou acidente De acidente a feminicídio: entenda a reviravolta Henay Rosa Gonçalves Amorim foi morta pelo namorado que simulou acidente para esconder o crime em Itaúna PMRv/Divulgação Inicialmente, a morte de Henay foi registrada como um acidente de trânsito na MG-050, em Itaúna (MG). Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), ela estava no banco do motorista e o namorado no do passageiro quando o carro do casal invadiu a contramão e bateu em um micro-ônibus. A investigação mudou de rumo após a análise de imagens de um pedágio, que indicaram que a vítima já estava desacordada antes da batida. Depois que o vídeo chegou à Polícia Civil, a corporação passou a tratar o caso como possível feminicídio. Após confessar o crime, o empresário narrou que dentro do carro, durante o trajeto entre Belo Horizonte e Divinópolis, houve brigas, agressões e asfixia. Em entrevista coletiva, o delegado responsável pelas investigações, João Marcos do Amaral Ferreira, falou sobre o empresário ter forjado o acidente de carro para encobrir o crime. "Ele tentou forjar uma hipótese para que a morte dela fosse ocultada, o feminicídio fosse ocultado. Forjando alguma hipótese de acidente que pode sim ter sido proposital mesmo, ou até com uma perda. Às vezes ele não queria bater daquela forma, ele queria de outra, mas pela posição que ele estava dirigindo, a gente consegue ver ele no pedágio chegando já em zig zag e uma posição dessa não tem como ter o controle total do carro", explicou Ferreira. Peça-chave na investigação Conforme o Boletim de Ocorrência ao qual o g1 teve acesso, um dos primeiros elementos que chamaram a atenção da Polícia Civil foi o vídeo registrado em uma praça de pedágio em Itaúna, às 5h56, poucos minutos antes do acidente. As imagens mostram Henay sentada no banco do motorista, sem reagir, enquanto o namorado estava no banco do passageiro. No vídeo, ele aparece pagando a tarifa e esticando o corpo para alcançar o volante, conduzindo o carro de forma improvisada. A situação chamou a atenção da atendente do pedágio, que questionou se estava tudo bem. Segundo a polícia, Alison afirmou que a namorada estava passando mal. A funcionária sugeriu parar o carro para atendimento; ele chegou a indicar que faria isso, mas seguiu viagem. Cerca de nove minutos depois, o carro invadiu a contramão em uma curva, no km 90 da MG-050, e bateu de frente com um micro-ônibus de turismo. A morte de Henay foi constatada ainda no local. O suspeito aparece controlando o volante enquanto a vítima está desacordada no banco do motorista Redes sociais/reprodução Contradições entre o acidente e as lesões da vítima Além do vídeo, a Polícia Civil identificou contradições entre a dinâmica do acidente e as lesões apresentadas por Henay. De acordo com a apuração, os ferimentos observados no corpo da vítima não seriam compatíveis apenas com o impacto da colisão. Investigadores passaram a considerar a possibilidade de que Henay já estivesse inconsciente antes da batida, o que colocaria em dúvida a versão de que a morte teria sido causada exclusivamente pelo acidente de trânsito. Essas inconsistências levaram a polícia a aprofundar a análise do caso e a solicitar novos exames periciais. Relatos e comportamento do suspeito após o acidente Durante a apuração inicial, a Polícia Civil também colheu relatos de outras pessoas que reforçaram as suspeitas. Segundo esses relatos, o comportamento de Alison após o acidente chamou a atenção dos investigadores. Entre os pontos observados estão arranhões no rosto, suor excessivo e a troca de roupas nas horas seguintes ao acidente. Esses elementos passaram a integrar o conjunto de indícios analisados pela polícia. Além disso, durante o velório, foram observadas marcas no corpo da vítima consideradas compatíveis com possíveis agressões anteriores ao acidente, o que reforçou a necessidade de aprofundar a investigação. Histórico de violência e novos elementos A investigação também passou a considerar mensagens, fotografias e registros de atendimentos médicos que indicariam um possível histórico de violência doméstica. Para os investigadores, esse contexto ajudou a explicar os indícios levantados e a reforçar a suspeita de que a morte de Henay poderia não ter sido um evento isolado. Infográfico mostra o trajeto do carro, o local do acidente na MG-050, em Itaúna, e o pedágio onde câmeras flagraram a vítima inconsciente antes da colisão Arte g1 Nova perícia e adiamento do sepultamento Diante do conjunto de elementos reunidos — vídeo, contradições periciais e relatos — a Polícia Civil solicitou uma nova perícia no corpo da vítima. O sepultamento chegou a ser adiado para a realização de exames complementares. Peritos também analisaram imagens do acidente e indicaram, de forma preliminar, que seria improvável que a colisão, por si só, tivesse causado a morte. A partir disso, o caso passou a ser tratado oficialmente sob a ótica de possível homicídio, com indícios de feminicídio. Prisão durante o velório Com o avanço das buscas e para preservar a investigação, Alison foi preso durante o velório da namorada, em Divinópolis. Segundo a polícia, ele não reagiu no momento da abordagem e negou o crime. Os celulares da vítima e do investigado foram apreendidos e encaminhados para análise pericial. A Polícia Civil aguarda o resultado do laudo de necropsia e a conclusão das oitivas para avançar no inquérito. O que diz a defesa de Alison Em nota, a defesa de Alison, representada pelo advogado Michael Guilhermino, informou que o investigado irá colaborar integralmente com as investigações. O advogado afirmou que Alison não reconhece como verdadeiras as acusações que lhe são atribuídas. A defesa disse ainda que aguarda a conclusão das oitivas e o resultado do laudo de necropsia para, no momento oportuno, apresentar esclarecimentos à Justiça e sustentar que a morte de Henay decorreu de um trágico acidente de trânsito. VÍDEOS: veja tudo sobre o Centro-Oeste de Minas

FONTE: https://g1.globo.com/mg/centro-oeste/noticia/2025/12/18/caso-henay-amorim-policia-investiga-se-mulher-foi-morta-em-apartamento-ou-durante-trajeto-de-carro-em-mg.ghtml


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