MG cria observatório para mapear violência contra mulheres
02/12/2025
(Foto: Reprodução) Delegacia da Mulher em Belo Horizonte
TV Globo/ Reprodução
A violência contra mulheres em Minas Gerais vai ganhar um novo instrumento de monitoramento. A partir de agora, todos os casos registrados no estado terão que conter dados mais completos das vítimas, como cor ou raça, idade, escolaridade, profissão e condição socioeconômica.
A mudança integra a criação do Observatório Estadual da Mulher contra a Violência. A proposta foi apresentada pelo Legislativo e aprovada pelo governador Romeu Zema (Novo). A lei foi publicada nesta terça-feira (2), no Diário Oficial do Estado.
A medida tenta enfrentar um problema antigo: a falta de informações consolidadas sobre quem são as mulheres que mais sofrem violência e em quais contextos isso acontece.
Atualmente, esses dados estão espalhados por delegacias, unidades de saúde, assistência social, Judiciário e outros serviços, dificultando a identificação de padrões e a construção de políticas eficazes.
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Violências que agora passam a ser registradas de forma mais ampla
A lei também amplia o próprio conceito de violência. Além das agressões físicas, passam a ser monitoradas outras formas que, muitas vezes, aparecem de forma silenciosa, como:
violência psicológica;
violência moral;
patrimonial;
institucional;
política;
importunação sexual;
perseguição.
Com isso, o estado passa a ter um retrato mais fiel das situações que antecedem ou acompanham episódios mais graves, como feminicídios.
Mais de 100 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica neste ano, em Minas
O que o Observatório vai fazer?
Na prática, o Observatório vai:
reunir dados de diferentes órgãos;
cruzar informações sobre os atendimentos;
produzir relatórios periódicos;
identificar tendências e perfis de risco;
apoiar políticas de prevenção e enfrentamento da violência.
Os dados reunidos serão divulgados a cada seis meses, permitindo que pesquisadores, profissionais da rede de proteção e a população acompanhem a evolução dos índices.
Especialistas apontam que conhecer o perfil das vítimas é essencial para prevenir novos casos. Informações como faixa etária, escolaridade e raça ajudam a mostrar quais grupos estão mais vulneráveis e onde faltam políticas públicas.