Pais de alunos e funcionários de escola municipal em BH denunciam racismo e segregação com fim de ensino integral

  • 27/11/2025
(Foto: Reprodução)
Pais e funcionários acusam racismo e segregação após fim do ensino integral em BH, na E.M. Paulo Mendes Campos. Redes Sociais Pais de alunos e funcionários da Escola Municipal Paulo Mendes Campos, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, denunciam higienismo e segregação por parte da Secretaria Municipal de Educação. Em denúncia ao g1, a atual gestão da educação, prepara a retirada de cerca de 300 crianças e adolescentes negros e periféricos. Segundo funcionários, eles são moradores de comunidades como Morro do Papagaio, Barragem Santa Lucia, Vila Estrela e Acaba Mundo. "O que está acontecendo com nossa escola é inacreditável. Fomos convidados para vir para cá em 2023 e construímos uma proposta pedagógica inovadora, baseada na Educação Integral de Tempo Integral, que é reconhecida pela comunidade. Foi por conta desses estudantes da periferia que essa escola existe. E agora eles resolvem tirá-los daqui, sem consulta alguma à comunidade, e ainda dizem que nossos estudantes precisam ficar no território deles", explicou um professor que não se identificou. Ainda segundo os funcionários, os alunos serão transferidos para a Escola Estadual Dona Augusta que será cedida pelo governo do estado ao município. "A nossa preocupação é: essa escola tem a mesma estrutura de qualidade? A gente acredita que nossos estudantes precisam acessar sim tudo de bom que acontece nos territórios em que moram, mas também devem ter acesso a vários bens culturais da cidade. É isso eles têm aqui, pois estamos próximos a inúmeros espaços culturais da região Centro-Sul", explicou um professor. Os funcionários reclamam da falta de diálogo e autoritarismo por parte da Secretaria Municipal de Educação. Veja os vídeos que estão em alta no g1 A proposta da E. M. Paulo Mendes Campos A Escola Municipal Paulo Mendes Campos que atende alunos de 0 a 15 anos, além da Educação para Jovens e Adultos (EJA), neste momento, funciona no regime de educação de tempo integral e que avalia os estudantes de maneira diferenciada. Além disso, os estudantes participam do processo por meio de uma autoavaliação. Além das disciplinas tradicionais, como Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, os alunos participam do projeto Estações do Conhecimento, com outros cinco eixos de promoção do conhecimento. Os cinco eixos Vivências: aulas de circo, dança, libras, grafite, práticas aquáticas. Multiletramento: Refere-se à ampliação do conceito de letramento, incluindo não apenas a leitura e escrita tradicional, mas também linguagens multimodais (imagens, vídeos, sons, mídias digitais). Conexão de Saberes: Propõe integração entre diferentes áreas do conhecimento, articulando saberes científicos, culturais e sociais, promovendo a interdisciplinaridade. Iniciação Científica: Introduz práticas de pesquisa científica desde os primeiros anos escolares. O objetivo é estimular curiosidade, pensamento crítico e metodologias de investigação, preparando para produção de conhecimento. Grupos de Cuidado: Espaços voltados para acolhimento e desenvolvimento socioemocional dos estudantes. Trabalha empatia, saúde mental, convivência e resolução de conflitos. O g1 também conversou com duas mães de alunas com idades de 15 e . Elas moram nas comunidades do Acaba Mundo e Barragem Santa Lucia. A notícia da transferência e do fim do regime integral a deixou muito preocupada. "É uma escola que ajuda muito a gente, principalmente pra quem trabalha o dia todo. Eu trabalho sossegada porque cuidam bem da minha filha de 15 anos. A minha menina desenvolveu muito, não só com o ensino tradicional mas também com problemas emocionais que ela tinha. A preocupação de todos os pais é que tirem essa qualidade de educação dos nossos filhos. É um absurdo isso", explicou a mãe da aluna. "Eu acho um absurdo o que estão fazendo, em cima da hora, a gente não tem como colocar em outra escola, já fizemos renovação. Isso é um racismo contra as crianças e adolescentes da comunidade. Não perguntaram pra gente se a gente queria, não disseram como está a situação dessa outra escola. Isso mexe com o psicológico deles, é um desrespeito a nós", reclamou uma outra mãe de aluna que mora na Barragem Santa Lúcia. O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Belo Horizonte e governo do estado e aguarda retorno. Piscina da E.M. Paulo Mendes Campos, onde os alunos têm aula de natação e habilidades aquáticas. Redes Sociais Vídeos mais vistos no g1 Minas Gerais

FONTE: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2025/11/27/pais-de-alunos-e-funcionarios-de-escola-municipal-em-bh-denunciam-racismo-e-segregacao-com-fim-de-ensino-integral.ghtml


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