Quem é Marcos Valério, o operador condenado no esquema do Mensalão e alvo em operação contra sonegação em atacadistas em MG
02/12/2025
(Foto: Reprodução) Marcos Valério, operador do 'Mensalão', é alvo da PF em operação contra sonegação em atacadistas em MG
O empresário Marcos Valério, alvo de uma operação do Ministério Público e da Polícia Civil nesta terça-feira (2), suspeito de envolvimento em um esquema de sonegação com atacadistas e varejistas de Minas Gerais (relembre mais abaixo), foi condenado, em 2012, por ser o operador financeiro do escândalo do Mensalão. No momento, ele cumpria prisão domiciliar.
Marcos Valério nasceu em Curvelo, na região Central do estado, e era sócio das agências de publicidade e comunicação DNA e SMP&B Comunicação e Propaganda. A partir dessas empresas, passou a atuar como operador de esquemas de financiamento político e manobras financeiras ligadas a campanhas e recursos públicos.
O esquema envolvia corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, entre outros crimes graves.
No julgamento do Mensalão, realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o tribunal reconheceu o envolvimento de Valério e de outros réus no esquema.
Condenação e penas
Em dezembro de 2012, o STF condenou Marcos Valério a uma pena que, somando diversos crimes, ultrapassou os 40 anos de prisão.
Além da prisão, foi aplicada uma multa de cerca de R$ 3 milhões pelos crimes pelos quais foi condenado.
Ao longo dos anos, ele também respondeu por outros processos — por exemplo, no chamado “Mensalão Mineiro", relativo a irregularidades em campanha das eleições estaduais de 1998, quando foi condenado a 16 anos e 9 meses de prisão por peculato e lavagem de dinheiro.
Após cumprir parte da pena em regime fechado, o condenado teve progressão de regime: primeiro o STF concedeu o regime semiaberto e depois, com base em lei e bom comportamento, o regime dele foi alterado para regime aberto — o que, de fato, passou a ser cumprido em prisão domiciliar, segundo decisões judiciais recentes.
Operação do MP desta terça-feira
A Operação Ambiente 186, realizada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), investiga um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro envolvendo atacadistas e redes de supermercados no estado.
Valor sonegado: Mais de R$ 215 milhões em ICMS não recolhidos.
O esquema: Criação de empresas de fachada, emissão de notas fiscais falsas e simulação de operações interestaduais para reduzir preços e aumentar lucros ilícitos.
Envolvidos: Inclui o empresário Marcos Valério, conhecido pelo caso Mensalão e donos de redes supermercadistas e atacadistas.
Objetivo da operação: Desarticular a estrutura da fraude e recuperar prejuízos aos cofres públicos.
Situação atual: Não há informações sobre prisões; investigação segue com análise de patrimônio e irregularidades contábeis.
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